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sábado, 29 de outubro de 2011

Lollapalooza no Brasil!


O Lollapalooza foi idealizado por Perry Farrell no início dos anos 1990 nos Estados Unidos. O fundador da banda de rock alternativo Jane’s Addiction planejava sua despedida dos palcos de sua banda, mas acabou promovendo o festival, que atualmente é um dos eventos musicais mais importantes do planeta.
Como já era esperado, Farrell confirmou que ano que vem o Lollapalooza expande ainda mais seus tentáculos, com uma edição em São Paulo dias 07 e 08 de abril. A edição Chile acontece dias 31/03 e 01/04.
O Lollapalooza Brasil vai acontecer no JockeyClub, invadindo a pista de corrida que foi usada pela primeira vez no show do Eminem, ano passado. Ainda não há nada confirmado sobre o lineup, mas a organização espera fechar em torno de 40 bandas pro evento. A expectativa é que bandas como Foo Fighters e Arctic Monkeys estevem presentes no line.
A venda dos ingressos para o público em geral começa no dia 5 ou 6 de dezembro e os preços dessas entradas ainda não foram definidos. Já a pré-venda, para aqueles que se cadastraram no site do Lollapalooza, inicia na próxima terça-feira (22). O valor dos ingressos para os dois dias é de R$ 500, ou R$250 a meia-entrada para estudantes. Cada cadastrado pode comprar até dois ingressos.
Mais informações: http://www.lollapaloozabr.com/ 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Rastafari, Reggae e Maconha.


Reggae, Rastas e Maconha. Por que as pessoas sempre associam uma coisa com a outra? Vamos lá! Um pouco de cultura e tudo vai fazer sentido. Os Rastafaris, criadores do reggae raiz, adotam 9 princípios, sendo o 2º deles o seguinte: "Coma apenas Ital”.
Os rastas são basicamente vegetarianos, dando uso escasso a certas peles animais, ainda assim proibindo o uso de carnes suínas de qualquer forma, peixes de concha, peixes sem escamas, caracóis...
Agora vou explicar o que é Ital pra todos verem a ligaçao da maconha com a dieta Rasta: ItalComida Ital = Comida Vital e Total. Esse é o alimento Rastafariano e é o que Jah ordenou que fosse. “Tudo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação. Melhor é a comida de ervas, onde há amor, do que o boi cevado, e com ele o ódio.” É comida que nunca tocou em químicos e é natural e não vem em latas.Quanto menos cozinhado, melhor, sem sais, preservativos ou condimentos, pois assim possui maior quantidade de vitaminas, proteínas e força vital. Os Rastas são, portanto, vegetarianos. As bebidas são, preferentemente, herbais, como os chás. O licor, leite ou café são vistos como pouco saudáveis.
Ganja, marijuana, cannabis.... Todas são uma erva medicinal milenar usada pelos Rastas, não para diversão ou prazer, mas sim para limpeza e purificação em rituais controlados. Alguns Rastas escolhem não a usar. Muitos sustentam o seu uso.
A "dieta" Rastafari funciona, então, mais ou menos assim: um verdadeiro Rasta não poderia ingerir álcool, qualquer tipo de carne (especialmente porco), assim como crustáceos, caracóis, espécies marinhas predadoras, e muitos temperos comuns, como o sal. Resumindo, tudo que não fosse “Ital”, seria proibido. Os Rastas foram os criadores do verdadeiro Reggae Raiz, por isso que muitos associam Reggae com Maconha.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Arte, cultura, Angola e Kuduro.

Muito provavelmente, o nome kuduro provem do kimbundo (língua nacional da Angola), ou ainda pela expressão que o próprio nome já supõe, até mesmo pelo próprio estilo da dança em que se tem o quadril duro. Mas de uma coisa não há dúvidas! O estilo de dança não deixa de ser sensual.
O Kuduro surgiu primeiramente como um gênero de dança, e com o passar do tempo evoluiu para um gênero musical que teve origem na Angola. As letras caracterizam-se pela sua simplicidade e humor.
Kuduro foi recentemente mostrado em um programa de TV brasileiro, a ‘Central da Periferia', onde a repórter Regina Casé sai em busca de movimentos culturais marginais na periferia de grandes cidades ao redor do mundo. A diretora Mônica Almeida blogou sobre o que ela viu em Sambizanga, um bairro pobre de Luanda e também casa de ‘Os Lambas', o mais famoso grupo de Kuduro:
"O Kuduro é facilmente comparável ao nosso Funk Carioca. As músicas são produzidas em estúdios caseiros, precários, na periferia de Luanda. Exatamente como acontece, por exemplo, na Cidade de Deus. Basta um quarto (mesmo que mínimo) e um computador. A divulgação é feita de maneira simples e eficaz: entrega-se o CD para um candongueiro - motorista de van - e ele bota pra tocar! Se a música é boa, ela vira um hit, sem precisar de rádio ou de gravadora. Assim foi com os Lambas, o grupo de kuduro mais estourado em Angola nesse momento."

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Críticas, prêmios e VMB 2011.

Primeiramente, dois fatos:

1º: O hip hop foi o grande marco do VMB 2011, que aconteceu dia 20/10, em São Paulo. Com cinco prêmios: Revelação, Melhor Disco e Melhor Música com o Rapper Criolo.  Artista do Ano e Clipe do Ano com o Rapper Emicida.
2º: Muita gente criticou e tem criticado o VMB 2011 por esse motivo.

Agora vejamos... Pra quem gosta de Rap finalmente sua música foi reconhecida e ultrapassou os limites da periferia. Já pra quem não gosta, isso é um absurdo. Pois como pode, no meio de tanta gente talentosa, um rapper levar três prêmios de uma vez?!
Aí é que tá! O que muita gente não sabe, é que esse rap que vem sendo reconhecido por grandes críticos não é mais o mesmo. Os grandes como Sabotagem, Facção Central e Racionais Mc’s, conhecidos por sua rima "suja" e violenta, deram espaço aos que resolveram levar sua música pra um público que até então era receoso. Na verdade, o rap sempre foi visto como musica de homem favelado, negro e drogado. Hoje em dia, Flora Matos, Criolo, Projota e até mesmo Marcelo D2 quebraram/quebram tudo o que era esperado de uma rima marginal. Falam de amor e de amizade, não só de desigualdade e crime.
Olhando com a perspectiva de uma pessoa que entende absolutamente nada sobre esse estilo musical, o fato de dois grandes nomes terem levados juntos cinco prêmios deveria ser de grande orgulho pra quem gosta desse tipo de música, não é?! DEFINITIVAMENTE NÃO! Agora por quê? Tudo bem, de fato foi mesmo maravilhoso ver que as pessoas olham para a música suburbana com outros olhos, o problema é que os amantes do rap não consideram mais essas novas músicas como rap.  
Então convenhamos que criticar a linha mais pesada e antiga do RAP, que deu a cara a tapa e sofreu com preconceitos, tornando a visibilidade e o espaço que essa nova geração esta tendo possível, é no mínimo ingratidão. E é exatamente isso que a mídia burguesa vem fazendo.
Sendo assim, deixemos de lado esses fatos e pensemos bem: se até o prêmio mais importante da música brasileira deu voz ao rap, acho que já está na hora de revermos nossos conceitos sobre ele, não é?!


sábado, 22 de outubro de 2011

Rock and Roll - Parte 7.


Anos 2000:
Atualmente o rock abriu um leque com tantas abas de tantos estilos diferenciados que é difícil apontar para um que predomine.
As bandas seguem seu próprio estilo, muitas vezes se espelhando naquelas que gostam e que fizeram sucesso antigamente.
Paramore, The Maine, All Time Low, Evanescence, Panic! At the Disco, Simple Plan, The Pretty Reckless… São apenas alguns exemplos da diversidade do rock internacional, hoje.
Com o tempo o rock pulverizou-se numa miríade de sub-estilos e foi assimilado pela mídia e pela cultura ocidental como um todo. Mesmo assim, ainda existem em seu âmago as marcas que o acompanham desde sua concepção: rebeldia, atitude, transgressão e anti-sociabilidade.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Rock and Roll - Parte 6.


Anos 90:
No fim da década de 80, comecinho dos anos 90, surge mais uma face para o Rock: o grunge. O chamado “rock de Seattle” trazia um estilo mais despojado. Milhares de adolescentes ao redor do mundo aderiram à esta nova maneira de ser que, como nos anos 60, quando o rock tomou conta do mundo, chocou os adultos e conservadores. Cabelos compridos e despenteados, camisas de flanela amarradas na cintura, camisetas de banda e bermudões largos compunham o visual grunge, que colocava garotos e garotas dentro de um mesmo estilo. A moda era ser anti-moda. Claro que o visual adotado por estes adolescentes era copiado de suas bandas preferidas que, muito antes de tudo isso, já se vestiam assim simplesmente por gostarem. E foi nessa onda grunge que muitos se esqueceram do verdadeiro significado, do verdadeiro motivo pelo qual os jovens estavam se vestindo assim: a música.
Musicalmente falando, o movimento grunge continha grupos de rock com letras de protesto e um som agressivo. Dizia-se que a geração X, como apelidaram os jovens dos anos 90, havia crescido em um mundo liberal, mas sem futuro. E eram justamente esses jovens que faziam parte das bandas grunge, que gritavam para o mundo sua revolta contra tudo e contra todos.
Bandas como Mudhoney, Melvins, Tad, Soudgarden, L7 e a principal delas, Nirvana, representavam o chamado “som de Seattle”.
No anos 90, despontavam, também, mais um gênero musical, o chamado britpop, que tem as bandas Blur e Oasis como representantes significativos, sendo que este último foi o desencadeador do movimento.
Do britpop surge o rock alternativo, que se caracterizou por uma sonoridade intimista: músicas mais lentas (sem solos de guitarra ou bateria), letras depressivas e vocais monótonos. Elementos da música eletrônica também são encontrados em alguns grupos como Fatboy Slim, Prodigy e Moby.
O Radiohead lançou o aclamado disco Kid A, passando a figurar no cenário alternativo da Inglaterra como uma das bandas mais aclamadas pelos críticos.
Os Strokes foi aclamada por muitos como “a salvação do rock”. Exageros à parte, a banda possui uma sonoridade básica e cru (com influência de Velvet Underground), além do visual e atitude típicos de Nova York. O carisma do grupo também é outro ponto a favor dos Strokes.
E assim, marcado principalmente pelo som das bandas de rock alternativo – e pela influência da música eletrônica - o rock inaugurou o século XXI. 
"Grunge" parcialmente retirado de http://maxmusic.sites.uol.com.br/metal/hisrock.htm

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Rock and Roll - Parte 5.


Anos 80:
Com um restinho de onda punk, chega, enfim, os anos 80. Ano marcado principalmente pela tão execrada crítica musical. Essa geração vinha cheia de melancolia, com uma rebeldia mais triste, sombria e solitária. Nas letras, um lirismo que representava muito bem o sentimento dos jovens da época. Era o pós-punk. Ou a “época da muda”, como é conhecida.
De Liverpool, vinha o Echo and The Bunnymen, e de Manchester, o Joy Division, com toda a tristeza do vocalista Ian Curtis. O resto da banda formaria o New Order.
Darks e góticos também eram bem representados pelo Sister of Mercy, The Mission, The Cult e Bauhaus.
Ao contrário dos góticos, uma galera queria fazer música divertida e para dançar. Era a new wave chegando, com roupas coloridas, gel no cabelo e muita alegria, como o B’52 e o Talking Heads, de David Byrne.
Os anos 80 foram responsáveis, também, pelo surgimento de grupos como: Smiths, U2 e  The Cure. A Cure tinha aquele visual dark, só usava roupa preta, batons escuros, maquiagem e cabelos arrepiados. Os Smiths, considerada por muitos como a melhor banda dos 80, apostava no lirismo das letras de Morrissey e nas guitarras de Jonnhy Marr. Os irlandeses da U2 desde o começo traziam uma preocupação política nas letras como em Sunday Blood Sunday.
O mínimo que se falou daqueles tempos, não tão distantes, foi que o “espírito yuppie padrão” havia varrido o rock’n’roll da face da Terra. Além do mais, os anos 80 trouxeram a tona outra faceta: a explosão visceral do metal como símbolo da violência. O barulho ensurdecedor e a velocidade supersônica expandiram ao limite do impossível a brutalidade desencadeada por grupos como: Iron Maiden, Motorhead e Venom. Nesse contexto, o aparecimento de bandas como Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax, para ficar apenas no “Big Four”, foi o que viria a seguir nos anos 90.
Como se vê, apesar de certo descaso por parte dos críticos, não foi tão ruim assim. Afinal, Madonna surgiu nesta década e veio mudar a concepção daquilo que conhecíamos como “pop”, influenciando a música do mundo inteiro.


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Rock and Roll - Parte 4.

Anos 70:
O fim do Beatles marca o fim de mais uma era do rock. Haviam sido talvez a banda que mais ajudara na transição entre o rock básico ao rock mais complexo e sério musicalmente e liricamente. Não mais apenas diversão e produto de consumo, o rock era definitivamente encarado como expressão artística e social.
O público se dividia em duas frentes: adolescentes mais interessados nos hits singles de bandas teoricamente "sem conteúdo" e a dos já amadurecidos rockers dos primeiros tempos, em busca de experimentação, letras elaboradas e álbuns completos.
Embora o rock progressivo continuasse em expansão, bandas de musicalidade mais simples e muito baseadas no apelo fácil da rebeldia voltavam a surgir para suprir a nova geração.
Na Inglaterra, em 1970, sem requintes musicais, o Black Sabbath gravava seu primeiro disco, expandindo as fronteiras do "peso" no hard rock e criando o que possivelmente poderia ser o primeiro disco definitivamente heavy metal conhecido do grande público. O limite dos escândalos envolvendo sexo e drogas também é empurrado para diante.
Munido de maquiagem e teatralidade inéditos até então Alice Cooper seria a resposta americana ao inédito peso e atitude do Black Sabbath.
A cristalização do uso da imagem, do teatro e da "atitude" como fator de marketing tão ou mais importante do que a própria música seria a banda americana Kiss, cujos músicos tocavam maquiados, assumiam personalidades de demônio, animal e homem espacial, voavam, cuspiam fogo, vomitavam sangue e vendiam discos, maquiagem e bonecos como nenhuma banda de simples músicos poderia vender.
Em 1975, paralelamente ao rock elaborado das bandas progressivas ou de hard rock e ao rock comercial glam, surgia nos Estados Unidos um movimento musical underground marcado por descompromisso e cheio da autenticidade e de real rebeldia. E em pequenos locais bandas como Blondie e Ramones.
Foi responsabilidade de Malcon McLaren, a formação de Sex Pistols. Acrescentaram à música simples e alucinada dos punks americanos letras anarquistas e mais agressivas. Seu primeiro hit foi Anarchy In The Uk, em 1975.
O punk criado nos estados unidos e popularizado na Inglaterra (onde logo viria a se tornar um movimento social do proletariado e não mais apenas um estilo musical) foi uma resposta necessária ao rock que estava se levando a sério demais, aos álbuns duplos conceituais, aos solos de dez minutos e às bandas que perdiam de vista o caráter de diversão do rock. O punk embora considerado por muitos anti-música foi na pior das hipóteses um mal necessário para mostrar e conter alguns exageros do progressivismo.
Em 1977 o primeiro disco dos Sex Pistols. Se seguiriam a banda dezenas de outras bandas inglesas e americanas como Clash, Damned, Siouxie and The Banshees, além de serem resgatadas e tiradas do anonimato bandas como Ramones e Blondie.
O estilo também influiria embora indiretamente na sonoridade de novas bandas que surgiam, como Motörhead e ACDC. Bandas como The Police, Simple Minds e Pretenders (e um pouco mais tarde U2) adotariam um estilo que viria a ser conhecido como new wave, mais facilmente aceitável que o punk.
Mas o punk e a new wave não eram a única alternativa à onda "disco" que assolava a música. Começava a se formar na Inglaterra com bandas como Judas Priest, Samsom e principalmente Iron Maiden  o que viria a ser conhecido como New Wave Of British Heavy Metal, a resposta do som pesado e elaborado à sonoridade simples do punk. O hard rock também dava sinais de renovação.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Rock and Roll - Parte 3.


Anos 60:
A primeira fase chega ao fim. Allan Freed é processado e condenado por ter recebido pagamentos em troca da execução de determinadas músicas em seus programas. Alegava-se que as suas atitudes anti-éticas haviam sido responsáveis pelo sucesso do rock and roll. Allan Freed após a divulgação deste escândalo foi obrigado a se retirar da atenção do público.
Mas enquanto o rock declinava sensivelmente no seu país de origem, do outro lado do Atlântico, na Inglaterra, o interesse pelo rock and roll crescia ainda mais. Billy Furry foi o primeiro artista de rock inglês a ter alguma repercussão nos Estados Unidos. Na cidade de Liverpool estava tomando forma um movimento cultural que tomou o nome de um fanzine musical local, Mersey Beat. Entre as bandas locais já destacavam-se os Beatles.
Em oposição ao rock da década de 50, começaram a surgir nos Estados Unidos artistas mais preocupados em passar mensagens importantes através da música. Com base na música folk surgiam artistas como Bob Dylan e Joan Baez. O movimento intelectual chamado de Beatnik foi de grande importância na formação deste novo estilo. O Beat era caracterizado pela valorização da individualidade, do livre arbítrio, da experimentação e da mudança, em contradição à manutenção dos antigos valores considerados importantes pela burguesia. Rapidamente a música folk e principalmente Bob Dylan seriam taxados de comunistas e degenerados, o que obviamente atraiu a atenção do público jovem e aumentou o apelo do novo estilo.
Na Inglaterra, contratados por George Martin da EMI, em 1963 os Beatles já eram um sucesso sem precedentes. Para a época, era novidade que fossem os próprios membros da banda responsáveis por grande parte de suas composições. Com um cover de Come On (música de Chuck Berry) estreava também na Inglaterra, ainda sem grande repercussão, a banda Rolling Stones.
A partir de 1965, com a banda Yardbirds e The Who, o rock começava a ganhar uma agressividade inédita, com guitarras mais distorcidas e mais amplificação.
As drogas não mais eram apenas consumidas para eliminar o cansaço, mas sim para buscar prazer e estados alterados de percepção. A música da época foi fortemente influenciada por drogas como LSD, seja porque era composta sobre seu efeito ou porque era composta de maneira a simular ou tentar ampliar seus efeitos. O novo tipo de música foi chamado de psicodélico.
Sobre o efeito de LSD os Beatles gravaram o que possivelmente foi o álbum mais revolucionário da história do rock, Sht Peppers’ Lonely Hearts Club Band, em 1967.
Para muitos Sgt Peppers é considerado o nascimento do rock progressivo. Divide esta glória a banda Pink Floyd, que havia ficado famosa pelas suas performances audiovisuais no underground londrino, capitaneada pelo gênio movido a LSD de Syd Barret.
Jimi Hendrix seria uma outra grande revelação de 1967, criando uma nova sonoridade e ampliando definitivamente o papel e os recursos da guitarra elétrica no rock.
Baseados na agressão e na liberdade (sexual e de experimentação) herdada do pensamento beat, surgia nos Estados Unidos o movimento hippie. São marcos da época as flores no cabelo, os cabelos longos e as comunidades alternativas.
Em 1968 com o final da banda Yardbirds Jimmy Page forma o New Yardbirds logo renomeado para Led Zeppelin, ao mesmo tempo em que o Cream alcançava um merecido sucesso. Uma outra banda de hard rock, Sttepenwolf, na música Born To Be Wild, cunhava pela primeira vez o termo ‘heavy metal’.
O hard rock iniciava seu período de apogeu ao mesmo tempo em que os clássicos como Beatles e Pink Floyd, passavam por problemas de convivência cada vez maiores.
Com bandas de músicos virtuosos como Pink Floyd, Led Zepellin, Cream, Jethro Tull e Deep Purple, associados aos trabalhos cada vez mais elaborados de bandas antigas como os Beatles e o The Who, a simplicidade característica do rock dos primeiros tempos havia sumido.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Rock and Roll - Parte 2.



Anos 50:
O sonho de encontrar um branco capaz de cantar como um negro havia sido realizado por Sam Phillips, a partir de um pequeno selo chamado Sun Records. Pouco tempo depois, poucos poderiam acreditar que o Elvis Presley  que ouviam no rádio era um branco. Obviamente parecia mais saudável à sociedade conservadora e racista aceitar aquele tipo de música vindo de um rapaz com rosto de bom moço.
Embora criado um ano antes, o rock and roll só viria a explodir definitivamente em 1955, em grande parte influenciado pela inclusão de Rock Around The Clock como música de abertura do filme Blackboard Jungle. Uma juventude a cada dia mais delinqüente, adotou a rebeldia como exemplo a ser seguido, e por tabela, a música do filme como catalisador desta rebeldia.
E quando todos pensavam que nada pior poderia influenciar em tão grande escala a juventude americana eis que um negro, Chuck Berry, sobe às paradas com uma versão para o hit country Ida Red, renomeado para Maybelline. Não parando por aí, surge nas paradas um segundo negro, Little Richard, este ainda por cima afeminado, maquiado e com um penteado no mínimo exótico, cantando em seu primeiro verso o que viria a ser para sempre o grito de guerra mais conhecido do rock and roll, tão indecifrável quanto contagiante: "a wop bop a loo bop a lop bam boom". Era a tal da música Tutti Frutti.
Enquanto isso, Elvis, já no comando de outro empresário, era aproveitado também no cinema. E na mesma época, na Inglaterra, com algum atraso, o filme Blackboard Jungle levava o rock and roll ao Reino Unido.
Com o alistamento obrigatório de Elvis Presley nas forças armadas em 1957 o fim do rock and roll foi anunciado pela primeira vez.
Contrariando todas as previsões, novos hits makers surgem de onde menos se espera: o rock poderia ser domado e associado a um bom moço e letras românticas sem segundas intenções. Chega, então, Jerry Lee Lewis com Crazy Arms e Whole Lotta Shakin’ Going On.
Em 1958 vê ainda Chuck Berry lançar dois dos maiores clássicos do rock de todos os tempos, Sweet Little Sixteen e Johnny B. Goode. A década termina com Chuck Berry sendo preso por cruzar uma fronteira estadual com uma prostituta. Seu grande crime obviamente era ser negro em uma sociedade racista e ter alcançado tanto sucesso. Berry foi julgado e condenado a dois anos de cadeia.
Os problemas do rock não se reduziam apenas aos fatos citados, o estilo estava gasto. Mesmo grandes nomes como Carl Perkins e Jerry Lee Lewis estavam tomando o caminho mais lucrativo do country. Elvis Presley, de volta de seu serviço nas forças armadas, passaria de rockeiro rebelde a entertainer familiar, gravando praticamente apenas baladas. Talvez o rock finalmente tivesse morrido. Ou talvez apenas precisasse de algumas mudanças.

* Segue abaixo o trailer do filme Blackboard Jungle, que, basicamente, conta sobre relações tumultuadas entre alunos e professores.


domingo, 16 de outubro de 2011

Rock and Roll - Parte 1.


Começamos com Legião Urbana. O mais correto seria dar continuidade, então, com o Rock Nacional. Ou, como preferir, o rock brasileiro. Mas antes de focar o assunto no rock do nosso país, é importante definir o rock’n’roll, que teve ínicio na década de 50, nos Estados Unidos, oriundo, primordialmente, do blues (música negra) e da country music (música branca). Da fusão do blues original com os ritmos mais dançantes dos brancos surgiu o rhythm and blues, que levou a música negra ao conhecimento da maior parte da população. E uma das características mais importantes desse novo estilo, eram o acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e baixo.
No início da década de 50, com o final da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia, os Estados Unidos despontavam como grande potência mundial. Mais do que em qualquer outro momento da história era incentivado o gozo da vida, marcada que estava a sociedade pelos anos de sofrimento da guerra. Com o anúncio da explosão de bombas atômicas pela União Soviética e um possível "fim do mundo" a qualquer momento, a ordem geral era aproveitar cada momento como se fosse o último. Assim os jovens brancos em grande parte se negavam a consumir a música normalmente consumida pela maioria branca. Começaram a buscar na música dos guetos algo diferente. A aceitação deste tipo de música pelo público de maior poder aquisitivo levou a incipiente indústria fonográfica da época a investir na evolução do estilo e procura e contratação de novos talentos. Uma outra grande revolução de costumes estava em curso. Sexo deixava de ser tabu e passava a ser considerado diversão (tanto para o homem como para as mulheres). A mistura explosiva da empolgante música negra com o consumismo branco adolescente havia sido feita. A explosão era questão de tempo.
O "inventor" do termo rock and roll e grande responsável pela difusão do estilo foi o radialista Allan Freed, que primeiro captou e investiu na carência do público jovem consumista por um novo tipo de música mais energética e primeiro percebeu o potencial comercial da música negra. O termo rock and roll era uma gíria dos negros americanos, referente ao ato sexual, presente inclusive em muitas letras de blues. Allan Freed foi o responsável por usar o nome sonoro para denominar o novo estilo musical em que estava investindo.
Desde sempre o rock gerou polêmica, seja por causa da simplicidade de suas estruturas musicais, da atitude transgressiva de seus executores ou da pretensa rebeldia que de seus fãs emana. Independente dos motivos, o rock’n’roll não deixa de ser um assunto amplo e complexo, defini-lo em um único post é tarefa impossível! Para que você se sinta mais por dentro do assunto e tenha ideia exata do que estamos falando, se faz necessária uma audição cuidadosa de clássicos como: Roll Over Beethoven, Help!, Satisfaction, Stairway To Heaven, Great Balls Of Fire e Rock’n’Roll All Nite. Sendo assim, no decorrer da semana, o tema do “Sem Conceito” será o rock’n’roll, suas fases e sub-estilos.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Quinze anos sem Renato Russo.


Onze de Outubro. Primeiro post do "sem conceito". Quinze anos da morte de Renato Russo. É justo dedicar o dia de hoje a ele, né?!  Aliás, é justíssimo! Pra quem não se recorda, Renato Russo é aquele que foi o vocalista da Legião Urbana, uma banda brasileira de rock. Pois é, daquele famoso rock brasileiro, que tem influências desde new wave até o próprio conteúdo pop. A Legião foi uma banda ativa entre 1982 e 1996. E mesmo depois de muito tempo da morte de Russo, a banda continuou sendo a terceira maior vendedora de discos da Emi Odeon no mundo inteiro. É uma marca que impressiona, independente do ângulo que se queira olhar. Mas são números, índices. Para muitos não representa algo a mais do que isso. Critica-se a sonoridade da Legião Urbana. Já que quando a banda lançou ‘Será’ (1982-1984), o cenário pop-rock brasileiro, estava na sua época new wave: bateria com uma sonoridade meio computadorizada, o baixo quase sem força e uns solinhos de guitarra com mixagem baixa e sem potência alguma. Aí é que destacamos a Legião, que surge e surpreende com o seu som “cheio”, a bateria mixada de forma que quase não se via no Brasil, e a música sem firulas de solinhos chochos. A letra da música também chamava a atenção. “Tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você, não é me dominando assim, que você vai me entender…”. Pense no período. Era 1984, o último ano do regime militar. ÚLTIMO ANO DO REGIME MILITAR. Poderia ser uma polaróide instantânea do momento político, mas ao mesmo tempo era pessoal. Era íntimo. E como de costume, tudo o que difere demais, tem críticas demais. Sejam boas ou ruins. A Legião foi acusada de tudo o que não presta. Principalmente de alienada. E já que Renato sabia se portar em um palco, levar o público e a banda, os que não gostavam disso o acusam de copiar trejeitos de Morrissey, Jim Morrison, Ian Curtis e quem o detrator quiser escolher. Pois bem. Vejam os vídeos de Morrissey à mesma época. Encontrem semelhanças entre o Renato que cantava “Ainda é Cedo”, no Globo de Ouro, enrolando uma camisa branca de manga comprida, com o Morrissey enfiando um galho de planta na bunda... O problema é que quem não gosta, não admite. Há quem diga que as letras de Renato Russo são bregas, pobres. Mas e se fosse escrito em inglês e cantado por Wilco, Radiohead, R.E.M., qual seria a avaliação? Legião Urbana é sempre ridicularizada por muitos por se tratar de uma banda onde não havia músicos virtuoses. Essa talvez seja uma das maiores bobagens que se pode dizer. Primeiro porque a maioria das pessoas que diz isso nem sabe identificar direito quantos acordes tem uma canção. E era o próprio Renato Russo que ironizava a ausência de técnica do grupo. Ora, mas quantos acordes tem as músicas de Lou Reed, Iggy Pop, Ramones, Camisa de Vênus, as primeiras músicas dos Beatles, Stones, Sex Pistols? Desde quando quantidade de acordes ou virtuosismo técnico de músicos garante qualidade? A Legião sabia fazer canções. Sabia traduzir em poucos acordes e poucos minutos (às vezes nem tão poucos assim) o que de relevante uma canção pop-rock possui: sentimento, um certo olhar diante do mundo e uma maneira inusitada de expressar esse olhar. Como diz o escritor Henrique Rodrigues, "Quem cresceu – e ainda está crescendo – ouvindo músicas da Legião Urbana sabe do que estou falando".

(Grande parte dessas informações foram extraídas de um texto do jornalista Ismael Machado.)