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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Quinze anos sem Renato Russo.


Onze de Outubro. Primeiro post do "sem conceito". Quinze anos da morte de Renato Russo. É justo dedicar o dia de hoje a ele, né?!  Aliás, é justíssimo! Pra quem não se recorda, Renato Russo é aquele que foi o vocalista da Legião Urbana, uma banda brasileira de rock. Pois é, daquele famoso rock brasileiro, que tem influências desde new wave até o próprio conteúdo pop. A Legião foi uma banda ativa entre 1982 e 1996. E mesmo depois de muito tempo da morte de Russo, a banda continuou sendo a terceira maior vendedora de discos da Emi Odeon no mundo inteiro. É uma marca que impressiona, independente do ângulo que se queira olhar. Mas são números, índices. Para muitos não representa algo a mais do que isso. Critica-se a sonoridade da Legião Urbana. Já que quando a banda lançou ‘Será’ (1982-1984), o cenário pop-rock brasileiro, estava na sua época new wave: bateria com uma sonoridade meio computadorizada, o baixo quase sem força e uns solinhos de guitarra com mixagem baixa e sem potência alguma. Aí é que destacamos a Legião, que surge e surpreende com o seu som “cheio”, a bateria mixada de forma que quase não se via no Brasil, e a música sem firulas de solinhos chochos. A letra da música também chamava a atenção. “Tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você, não é me dominando assim, que você vai me entender…”. Pense no período. Era 1984, o último ano do regime militar. ÚLTIMO ANO DO REGIME MILITAR. Poderia ser uma polaróide instantânea do momento político, mas ao mesmo tempo era pessoal. Era íntimo. E como de costume, tudo o que difere demais, tem críticas demais. Sejam boas ou ruins. A Legião foi acusada de tudo o que não presta. Principalmente de alienada. E já que Renato sabia se portar em um palco, levar o público e a banda, os que não gostavam disso o acusam de copiar trejeitos de Morrissey, Jim Morrison, Ian Curtis e quem o detrator quiser escolher. Pois bem. Vejam os vídeos de Morrissey à mesma época. Encontrem semelhanças entre o Renato que cantava “Ainda é Cedo”, no Globo de Ouro, enrolando uma camisa branca de manga comprida, com o Morrissey enfiando um galho de planta na bunda... O problema é que quem não gosta, não admite. Há quem diga que as letras de Renato Russo são bregas, pobres. Mas e se fosse escrito em inglês e cantado por Wilco, Radiohead, R.E.M., qual seria a avaliação? Legião Urbana é sempre ridicularizada por muitos por se tratar de uma banda onde não havia músicos virtuoses. Essa talvez seja uma das maiores bobagens que se pode dizer. Primeiro porque a maioria das pessoas que diz isso nem sabe identificar direito quantos acordes tem uma canção. E era o próprio Renato Russo que ironizava a ausência de técnica do grupo. Ora, mas quantos acordes tem as músicas de Lou Reed, Iggy Pop, Ramones, Camisa de Vênus, as primeiras músicas dos Beatles, Stones, Sex Pistols? Desde quando quantidade de acordes ou virtuosismo técnico de músicos garante qualidade? A Legião sabia fazer canções. Sabia traduzir em poucos acordes e poucos minutos (às vezes nem tão poucos assim) o que de relevante uma canção pop-rock possui: sentimento, um certo olhar diante do mundo e uma maneira inusitada de expressar esse olhar. Como diz o escritor Henrique Rodrigues, "Quem cresceu – e ainda está crescendo – ouvindo músicas da Legião Urbana sabe do que estou falando".

(Grande parte dessas informações foram extraídas de um texto do jornalista Ismael Machado.)


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